Descobertas Arqueológicas

SEKHMET Até 2007 as únicas coisas que restavam do Templo de Amenófis III (c. 1391 a 1353 a.C.), em Tebas, eram os assim chamados Colossos de Memnom. Mas naquele ano, graças a escavações realizadas no local, surgiram outras maravilhas daquele centro de culto. Uma delas foi a estátua de granito da deusa Sekhmet, com 1,80 m de altura, que vemos na foto ao lado ao ser retirada do local onde estava enterrada. Esta é apenas uma das 730 estátuas, uma para cada dia e noite do ano, que vigiavam os portões, colunatas, pátios e salões construídos pelo faraó Amenófis III. Apesar da grandiosidade das constuções, terremotos, incêndios, inundações e os sucessores daquele faraó, que retiraram as pedras para erguer seus próprios templos, destruíram quase todo o complexo. Hoje grande parte do local está coberto com plantações de cana-de-açúcar, mas os pesquisadores trabalham numa área central não plantada.

TEMPLO DE AMENÓFIS III De há muito que os arqueólogos acreditavam que tudo o que restara eram as duas estátuas de Amenófis III sentado na entrada do templo e algumas pedras e fragmentos de estatuária. Hourig Sourouzian, uma arqueóloga armênia, acreditou que talvez pudesse haver mais do que isto e, juntamente com seu marido, Rainier Stadelmann, um egiptólogo alemão de renome, iniciou escavações na região no final do século XX. A estátua de Sekhmet desenterrada é uma das 72 daquela deusa que Sourouzian e sua equipe já descobriram. Seis delas, muito bem preservadas, estão representadas em pé, cada uma segurando um ramo de papiro em uma das mãos e um ankh, o símbolo de vida, na outra. Também foram achadas duas estátuas enormes de Amenófis III, cada uma delas flanqueada por outra menor da rainha Teye, e uma variedade de peças representando animais sagrados, como um fragmento de hipopótamo, sem cabeça e sem cauda, e um crocodilo, ambos de alabastro. Outros achados incluem restos de volumosas colunas de arenito que formavam os extremos de um grande pátio e um torso de Amenófis III, pesando sete toneladas, cuja cabeça que completa a estátua foi descoberta um século atrás e está agora no Museu Britânico de Londres. Os técnicos pretendem reconstruir o máximo que for possível do templo. Eles estão planejando juntar os pedaços e reerguer 25 grandes estátuas de Amenófis III que estavam por entre as colunas de quase 15 metros de altura do pátio. As estátuas colocadas no lado norte do pátio principal usam a coroa do Baixo Egito e são feitas de quartzito originário das proximidades do Cairo atual. As estátuas do lado sul usam a coroa do Alto Egito e são feitas do granito vermelho de Assuão. A oeste do pátio havia uma sala hipóstila, ou seja, um vasto espaço interior cujo telhado era sustentado por volumosas colunas, a qual, sem dúvida, abrigava mais estátuas e artefatos. Na foto vemos a área pesquisada. À esquerda pode-se notar os dois Colossos de Memnon, cada um dos quais tem cerca de 15 metros de altura.

TEMPLO DE AMENÓFIS III Amenófis III transformou o templo de Tebas num vasto centro religioso ocupando ambas as margens do Nilo. Foi construido um porto enorme e um palácio adjacente com paredes totalmente ornamentadas, bem como um amplo templo funerário. Ocupando a mesma extensão que sete campos de futebol, desde os colossos da entrada principal voltada para o Nilo, a leste, até os altares sagrados que apontavam na direção do Vale dos Reis, a oeste, o complexo cobria uma área quase do tamanho da Cidade do Vaticano. Em sua época de glória, era a maior e uma das mais ornamentadas estruturas religiosas do mundo, repleta de centenas de estátuas, relevos em pedra e inscrições espalhadas em praças cheias de colunatas. Bandeiras reais coloridas agitavam-se nos postes de cedro recobertos de folhas de ouro e presos a pedestais de granito vermelho frente a pelo menos três pilones, os portais volumosos que conduziam a diversos santuários.

Pouco restou de toda esta grandeza. Além de um terremoto ocorrido cerca de um século depois da morte de Amenófis III que derrubou colunas e paredes, sucessivos faraós completaram o desmanche. Ramsés II (c. 1290 a 1224 a.C.) retirou para si dois colossos sentados e o local ainda estava sendo saqueado depois de mil anos. O terremoto em 27 a.C. derrubou muito do que restava. Caçadores de tesouro do século XIX de nossa era carregaram o que puderam encontrar nos escombros: esfinges para embelezar as margens do rio Neva em São Petersburgo, estátuas reais para o Museu Britânico de Londres e uma cabeça do faraó para o Louvre em Paris. Na foto acima algumas das peças que ainda estão sendo desenterradas em pleno século XXI. Veja também Estátua de Teye




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